quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Poetrix


Amaremar

No meio do mar
Amei Marília
Numa ilha

Separação

Ele fez, ela desfez
O laço
De uma só vez

Artrite

Sofria com a gota
E com as perguntas
Se lhe doíam as juntas

Suborno

Em vez de 171
Mandou 50
E alugou o policial

Linguística 

O povo estão aprendendo
O que eles ensina
Deus! Assassinaram nossa língua

Carlos Alberto de Lima

quarta-feira, 29 de agosto de 2012




A garota das havaianas de correias brancas

Carlos Alberto de Lima

Ontem, eu e uma amiga fomos a uma sorveteria para reaver momentos e absorver flocos e massas. Gente entrando, gente saindo, crianças se lambuzando, adultos achando graça, casais mais jovens trocando intimidades, casais mais comprometidos trocando fraudas e nós dois ali, naquela desconfortável mesinha de sorveteria.
Apesar do desconforto oferecido pelas mesinhas, atendimento e sabores fazem daquele local o melhor e mais agradável dos ambientes.
Como cronista, costumo cumprir à risca o meu lado observador, enquanto a minha amiga que não é cronista, também cumpre à risca a função de ficar observando a maneira com que eu observo cada pessoa e cada detalhe a ser observado.
Meu objetivo com a observação é o apanhado de dados de que necessito para descrever cada lance em suas minúcias, já o objetivo da minha amiga é pegar os detalhes minuciosos dessa observação, na tentativa de me comprometer.
Estávamos nesse paralelo, entre conversa e observações, quando adentrou ao recinto uma jovem em seus aparentes dezessete para dezoito anos, dentro de um receptivo short jeans e os pés (coisa mais linda numa mulher) emoldurados por um belíssimo par de havaianas de correias brancas.
Simplicidade e elegância adentraram juntas com a jovem de olhos verdes, lábios carnudos, andar de passarela e cabelos de um tom louro médio, encaracolados e curtos, em contraste perfeito com aquele corpo escultural e com a pele de cor morena acentuada por horas e horas de piscina.
Mesmo sob a desaprovação de minha amiga, não pude fugir da observação. A garota, além de bonita, possuía formas talentosas. Sentou-se à mesa, acendeu um cigarro e, com o dedo indicador, afastou os poucos fios de cabelo que lhe cobriam as orelhas e, com a chegada do atendente, pediu com firmeza: “você tem souvete de quais sabor”. Olhei para minha amiga e, juntos, rimos.

domingo, 26 de agosto de 2012

E então?
Pergunto ao meu eu
Existe espelho
Mais belo que o meu?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


É de pescoço?
Tudo bem desde que seja
Carne de porco

Carlos Alberto

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O nosso horário de cada dia


Carlos Alberto de Lima

Na última terça-feira, teve inicio o horário político no rádio e na TV. Não via a hora! Adoro horário político, principalmente na TV. Não perco um. Esse lance, essa empatia entre mim e ele não é de hoje. Digo empatia porque eu adoro os programas e eles parecem ser feitos para mim. Para proporcionarem-me alegrias, entretenimento e nunca tristeza. Com eles eu cresço intelectualmente. Sondo o candidato que se me apresenta na telinha pedindo o meu voto ou pedindo-me para que eu não vote nele. Verdade. Na minha última pós eu tirei dez em Análise do Discurso. Basta que o pedinte – candidatos a vereadores são, na maioria, apenas pedintes e, se eleitos, continuarão sendo pedintes – diga o nome e o número e eu já tenho um diagnóstico completo se é do bem ou se é do mal. Perdoem-me, mas eu não consigo engolir essa história, afinal quem é do bem não anda mal acompanhado. Está no sangue.
Voltando ao horário político, na quarta-feira, 22, foi o primeiro dia dos pretendentes ao cargo de prefeito (ou prefeita) dos municípios brasileiros. Acordei e fiquei contando minutos, segundos e átimos de segundos para o inusitado momento. Afinal eleições municipais, tal qual os anos bissextos, Olimpíadas e Copa do Mundo, só acontecem de quatro em quatro anos.
E o momento chegou. Como moro no interior de Mato Grosso arranquei os fios da parabólica e escondi o receptor. Tudo em garantia de poder assegurar e garantir o assistir ao meu programa favorito.
Começou! Dia de apresentação dos candidatos. De onde e como vieram, o que fizeram e o que farão. Apesar de um visível amadorismo de ambas as partes, acertou-se em muito e errou-se em muito mais, porém, valeu!
Mas como eu disse: horário político para mim é entretenimento, eu me diverti legal. Muita coisa engraçada. Exemplos? Apenas um para descansar a mente do leitor, poupando-a de análises menos ou mais assertivas que as minhas, o depoimento de uma empregada satisfeitíssima com os patrões. “Aqui eu tenho toda a liberdade, abro a geladeira, como o que eu quero...” Sem contar que nesses quereres tem também o “Chego na hora que eu quero e saio na hora que eu quero”. E então eu pensei naquele pessoal todo que só aparece em épocas de campanhas, acesos por uma boquinha na prefeitura... Deverão estar maravilhados: chegarem, saírem e fazerem o que bem quiserem. É.



Carlos Alberto de Lima é jornalista

Carlosalbertodelima2011@hotmail.com

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ele gostava de maçã
Ela de banana
Os filhos?
- de pitanga

Carlos Alberto
Feitos
Um para o outro
Ambos
Sem gosto

Carlos Alberto

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Me viu no face
então me abrace
não me deixe

Carlos Alberto
Tudo errado
Quem é do bem não anda
Mal acompanhado

Carlos Alberto

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O adequado?
Mil vezes o simplesinho
Ao complicado

Carlos Alberto

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Eu não duvido
Escritores mais simples
São mais lidos

Carlos Alberto

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Moleque foge
Aquele cachorro late
E também morde

Carlos Alberto

domingo, 12 de agosto de 2012

Dia dos pais
É um bonito poema
Como haikais

Carlos Alberto


Asiático?
Aqui nervo é na perna
E ciático


Carlos Alberto

quarta-feira, 8 de agosto de 2012




Cedo ou tarde
Viajarei nas asas
Da realidade

Carlos Alberto

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Como Descartes

 
Penso, logo existo
Existo e não descarto
E se existo
Não desisto
Faço
Carlos Alberto

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Poemeto

Depois da
Tempestade
A bonança
Quem espera...
Cansa

Carlos Alberto

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O chego e o chegado


Está correto dizer
“eu não havia chego”?
Não!
O correto é chegado
e ponto
meu nego
pra esse babado
Em tempo:
use sempre trazido
e nunca trago
trago é presente
trazido é que é passado

Carlos Alberto de Lima